quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Mineração

Enterrado.
Há quantos mil milênios?
Há ou não há?
Em qual profundidade?
Tá valendo quanto?
É petróleo?
Ouro?
Diamante?
Platina?

Enterrado em terra, preso em rocha, seguro e ...
Por quanto tempo?
Fincado em coração?
E até lá vai broca.
Águas profundas e depois muito mais profundo poço.
Vai broca!
Se valer a pena.
Se vale a pena.
Se valesse a pena.
Serena, amena, plena, poema ...

O valioso valia quando o valor era válido.
Valeu enquanto valoroso brio valera.
Outrora enterrado e sem valor conhecido.
Achado, ao ápice é movido.
Lapidação, destilação, trituração
Etapas, processos, desgaste
Muito será removido
Enfeite, queima, moldado
Há chances de lixo ser tido
E como se chega lá?
Chega broca?
Diz!
Chega com golpes de picareta?
Usando explosivos?
Preferes marreta?
Segue.
Bem desprotegido.

Mineração
Faz a confissão!
Foi fácil.
Foi fácil?
Foi?
Estava na palma da mão o tempo todo.
Por isso que...
Vale?
Não vale?
Foi mal.
Nem tapinha nem costas.
Só quando é difícil.
Só quando broca.
Sem bronca.
Só vale fundo e profundo
Desde que nunca atinga a fossa.
Nunca fosso.
Por mais que lapidado
Jogando fora o esboço
Tudo parte do todo
Cascalho, gases, esgoto
Valer depende de gosto
A joia, a pedra marcada
Jogada voltando a ser nada
Achada, incerto esforço
Valer ao menos carinho
Um beijo na boca do moço
Minera dia após dia
Velho querendo alvoroço
Esquece o mapa da mina
A mina menina é osso
Dura enterra a saída
E o fim, castiga de novo.

Francisco Braz Neto(09/01/2019)





 




Um comentário:

  1. Sempre achei bons seus textos e penso seres um talento pouco explorado.

    ResponderExcluir

Eu sou o fotógrafo!

Eu sou o fotógrafo!
Essa foto me enche de orgulho. Eu acho que ficou perfeita.