sexta-feira, 17 de abril de 2020

Um mantra suplicado.

Quando algo puder ser aprendido pelo amor não escolha aprender pela dor.

Quando algo puder ser aprendido pelo amor não escolha aprender pela dor.

Quando algo puder ser aprendido pelo amor não escolha aprender pela dor.

Quando algo puder ser aprendido pelo amor não escolha aprender pela dor.

Quando algo puder ser aprendido pelo amor não escolha aprender pela dor.

Quem já disse isso antes?

Quem já suplicou por isso antes?

Quem já implorou por isso antes?

Quem já escreveu isso antes?

Não quero plagiar.

Quando algo puder ser aprendido pelo amor não escolha aprender pela dor.

Se eu repetir será que funciona?

Quando algo puder ser aprendido pelo amor não escolha aprender pela dor.

Se eu estiver de joelhos, faz mais efeito?

Se eu estiver perdendo o sono dá mais crédito?

Quando algo puder ser aprendido pelo amor não escolha aprender pela dor.

Quem vive com você?

A quem você impõe regras?

Quem impõe regras a você?

Quando algo puder ser aprendido pelo amor não escolha aprender pela dor.

Suplicado.

Repetido.

Francisco Braz Neto (17/04/2020)


Afluente de emoções

Em pedaços de dias
Seus momentos
Seus períodos
Suas estações
Você derramando palavras
Você derramando lembranças
E tudo seu deixando de ser cem por cento

Em frações de você
Desnudando intimidades
Falando com propriedade
De emoções suas
E de águas molhando a ti
Águas que estão até bem guardadas
Impossíveis de serem vistas por vistas óbvias
Nessas frações há vezes que afluí
Vezes que fui afluente
Eram águas suas
Escondidas ou mostradas
E minhas se uniram
Algumas vezes só as minhas eram visíveis
Mas sei que sempre eram afluentes
De lágrimas ancestrais
De rios caudalosos

De momentos partilhados
Estórias
Alegres e cheias de saudades
Tristes e cheias de verdades
Dolorosas e desaguo solidariedade
Margem esquerda
Margem direita
Afluente sem importância
Afluente importante
Afluente conhecido
Afluente desconhecido
Afluente caudaloso
Afluente aflito.

De águas.

De emoções.

Afluir.

Em pedaços
Suas etapas
Desafios
Vencidos
Perdidos
Perdeu a esposa
Perdeu o Pai
Perdeu o filho
Casou
Casou novamente
Agora uma filha
Agora um neto
E emoções caudalosas
Rios de emoções
E você derrama
Você me derrama
Eu te ouvi
Você rio
Eu afluente
Você principal
Eu acessório

No pedaço do seu dia
Você abriu o coração
Abriu seu segredo
Abriu segredos mil
Em alguns momentos repetiu
Emoções tão bem conhecidas
Sorrisos e marcas atrevidas
Riscadas nas paredes da mente
O cárcere de eternamente
Até pensastes fugir
Desistes logo a seguir
Não és um inconsequente
É hora de admitir
Celebra o afluente.

E se te faltar afluente?
Secas?

E se te faltarem afluentes?
Que vais fazer?

Nunca precisastes?
Que rio não possui afluentes?
Se te faltar, de que viverás?
De chuvas, não é?
Nascentes.
Uma nascente ao menos.
E de onde nasce até onde possas ir.
Até onde tuas emoções possam ir.
Sem afluentes.

Serias tu afluente das emoções de alguém?

Serias tu afluente das águas de alguém?

Fostes?

Ao desaguar, ao chegar ao mar, ao destino final, seja lá qual for, quantas flores e quantos frutos foram alimentados?

Quantos terrenos secos, áridos, inóspitos foram fertilizados, recuperados e produziram após esses rios de emoções terem passado com ajuda de seus afluentes?

Quem pôde matar a sede com o principal rio?
Quem saciou a sede com a grota de águas cristalinas?
Do menor para o maior. 
Do mais fugaz ao perene.

Cada um afluindo como pode e quando pode.
Cada um afluindo sempre que empático.

Há sempre um rio envolvendo aqueles corações e cérebros que passam por nós a cada dia.

Francisco Braz Neto (17/04/2020)





Eu sou o fotógrafo!

Eu sou o fotógrafo!
Essa foto me enche de orgulho. Eu acho que ficou perfeita.