quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

As calçadas das cidades do meu Brasil.















Imagina na Copa!



Nas calçadas o que se faz
é rallye para pedestres
têm buracos ali na frente
têm buracos também atrás
nas cidades do Brasil
é fácil cair num funil.

Nas calçadas o que se vê
é uma grande variedade
tem as poucas inteiras
e uma parte que nem são metade
as de terra e as de cimento
tem as de grande movimento
dá para encontrar até jumento
e isso não é novidade
nas cidades do Brasil
tem calçada que ninguém nunca viu.

As calçadas ainda
são prova de democracia
cada um faz de um jeito
sempre podem ser diferentes
quer seja na casa do prefeito
ou na delegacia
nas cidades do Brasil
piada é falar meio-fio.



















As calçadas nem ao menos
têm serventia definida
uns pensam que é banheiro
outros que é estacionamento
algumas de fato são atoleiros
com lama em sua constituição
e em toda a nação
as calçadas precisam ser bem varridas
pois na cidades do Brasil
vacilou nas calçadas caiu.

Veja! Preste bem atenção! Com a prosa sem rima.
A métrica nem existe lá em cima
e isso é de tanto pensar nas calçadas
pois existem as ladrilhadas
azulejadas
por raízes e árvores tomadas
inclinadas e detonadas
com uns tais ferros chumbados
outras com mesas, lixo, bancas de revista,
e é preciso ser muito artista
para não acabar massacrado.

Será que há mais a dizer?
É só uma fruta bater
em cima da sua cabeça
ou de um bem seu muito precioso
Que escape se for um idoso!
Uma criança ou outro inocente!
e só mesmo um demente
para não sair do repouso.

As calçadas também
tem uma variedade bostal
tem bosta de vaca e cavalo
de pombo é até normal
mas é fácil encontrar de gente
tamanha a imundície
a bosta de ser humano
conta como a de mais um animal
tem a do melhor amigo
do gato e do bode
e só o que não pode
é me obrigar a achar legal.

Eu já vi calçadas largas
e outras bem estreitinhas
outras a bem da verdade nem mesmo existiam
se você tá me entendendo
leia junto as entrelinhas
do jeito que as calçadas são
quem pudesse não as usariam.

De tantas possibilidades
só falando das calçadas escreveria um livro
caminharia pelas cidades
e registraria as mais bizarras
assim documentava
o que aqui só foi dito
nas calçadas do Brasil
a vontade é dizer
vai melhorar em Abril.


















quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Seu Doutor os nordestinos têm muita ilusão.

Por que o Brasil não deixa de ser o país da impunidade e pega todo o dinheiro dos superfaturamentos, mensalões, desvios e obras inacabadas e salva nossas vaquinhas e nossas vidas?

Tenho repetido tanto: somos tão gado.

Pode ser uma das mais tristes descobertas ou das mais tristes convicções. Mais uma vez e sempre que eu me lembrar: não precisas concordar e eu me obrigo a respeitar. Uma vez dito isto, sigo ao dizer que tenho tido cada vez mais certeza de como as aulas de geografia estavam incompletas ao mostrar as pirâmides sociais. Incompletas, contudo capazes de aumentar muito o conhecimento de quem as compreendeu. Talvez a razão de não ter sido abordado muitos aspectos das pirâmides seja a idade em que ela chega, chegava até nós. Eu era uma criança quando as conheci e no máximo as estudei na adolescência.

A reflexão me jogou contra um muro de concreto e ficou em mim como ferro em brasa. A conclusão foram as consequências. Estou em pedaços e o que resta tem uma marca que não sai. Base larga e uma ponta fina no topo. Descoberta triste? Quem está em cima cuida dos que estão embaixo como fazendeiros de seus rebanhos. Dão carinho, amor, comida, cuidam da vacinação, da reprodução, da alimentação, das agitações, etc. Quem conhece fazenda deve estar já se contorcendo, mas se você continuar e assistir alguns documentários, estudar, ler mais a respeito, pesquisar e o mais importante: refletir e aprofundar a reflexão, pode ser que vá sentir o ferro em brasa ou ver que a marca estava lá e você nem sabia.

Por onde começar? Se eu puder sugerir, comece pela revolução industrial na Inglaterra. Era necessário cuidar do povo para ter a mão de obra. Vida de gado. Gente=gado. Deveria estar lá no dicionário.

Gostas da palavra povo? Quem é o povo? Você é? Eu? Eu sou. "Eu sou do povo, eu sou o Zé ninguém".

Para seguir a dolorida reflexão que tal algo mais próximo? Os escravos no Brasil. Caramba, este exemplo é forte demais! Alguns eram marcados literalmente. Comprados e vendidos. Êêêêêêê ôôôô! Vida de gado. Gente=gado. Deveria estar lá no dicionário.

Quer achar que só em casos muito específicos e com muito trabalho dá para sustentar esta ideia? Sorte sua. Desta vez não vou me alongar e fazer um texto gigantesco. Mas olha como vou terminar!
Conversa com um boi, uma vaca, um porco, uma ovelha ou seja lá que animal de fazenda você escolher. Ele vai te responder? Melhor ainda, ele sabe que é gado?
Em outras palavras: quem é gado provavelmente não sabe que é gado. E mesmo o "gado gente" continuo chamando de gado quando escapa de apenas uma das duas formas de ser gado.
Ou se é gado mentalmente,  os que sequer sabem que são, ou se gado por ser tratado como um.
Eu sou gado queridos leitores, pois sei há tempo que assim sou tratado pelos da pontinha da pirâmide, mas minha boa notícia é ter a consciência disso e ser 50% menos gado.

P.S.: adoro gado, fazenda e animais, contudo usei a palavra gado de forma assumidamente negativa. Que todos os animais me desculpem.
 




   

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Interpreta alguns números para mim.

Você tem quantos amigos nas redes sociais? Milhares?
Você tem quantos seguidores no twitter? Milhões?
Sabe quantos cutir apertou hoje? Quantos compartilhar? Zilhões?

E nesta falta de tempo para tudo, quanto tempo sobrou para fazer a seguinte análise:
Quantos abraços destes?
Quantos recebestes?
Quantas vezes perguntastes se alguém estava bem e foi puramente automático ao invés de ser por realmente querer ouvir?
Quantas vezes olhastes alguém nos olhos e quantas olharam em teus olhos?
Quantos beijos? No rosto foram quantos? Na boca, algum? E foi sentindo cada beijo ou tão mecanicamente quanto se já tivéssemos máquinas fazendo isto e pudéssemos ter longos debates acalorados sobre isto?

Notícia de última hora: "-acabam de inventar o robô do beijo. No modelo básico conseguimos um exemplar que dá até 30 bejinhos no rosto. Para os magnatas, um mimo, modelos de luxo estão em fase de testes e dão beijos calientes."

Eu conversava com meus amigos mais próximos e eles me questionavam tanto e tão efusivamente como suportaria ficar longe dos amigos ao ir morar no Canadá.
Eu tristemente respondia:
-Da mesma forma que suporto aqui.
Lembrava para eles que a conversa estava ocorrendo via internet e que quando é assim não há diferença entre estar a milhares de kilômetros de distância ou na mesma rua. A tela é a maneira que estamos demonstrando quase tudo. Vem beijos em formato bjs, abraços tipo abs, risadas contagiantes quanto um kkkkkkkkkkkkkkkk pode ser e por aí vai.
 Dizia para meus amigos o quanto lutei contra isto e que me sentia cansado desta luta especificamente. Assumi a derrota. Eles assumiam que era verdade.
Seja pela violência, pelo cansaço do dia a dia ou por comodismo, há uma coletânea de razões sagrando-se campeãs no trabalho de fazer as pessoas trocarem pele por tela.

Você e seus amigos estão fora dessa? Interpreta esses números pra mim.









terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Quer um texto a cada hora?

A preocupação é justa. O dia tem 24 horas. Quantas horas em média as pessoas estão ficando conectadas? E ao ficarem conectadas quantas informações conseguem receber?
Está restando quanto tempo para a reflexão?

A preocupação é justa. Que tal ter como princípio a qualidade em detrimento da quantidade? Um jornalista pode facilmente ser esmagado e principalmente cobrado para gerar um volume grande de informações. Enquanto leitores e livres das pressões típicas dos jornalistas aproveitem, deliciem-se com a maturação da informação.

Que tal transformar a informação em algo similar aos vinhos, whiskies e demais coisas, que envelhecidas vão ficando melhores com o passar do tempo?

Não que a notícia de desastres, assassinatos e demais tragédias vão ficar melhores no sentido que o ruim vai ficar bom, o triste virar alegre, o possível de melhorar é a compreensão e aprofundamento das informações.

A preocupação é justa. E quantas vezes a notícia mais recente que você está lendo, assistindo ou ouvindo é mais do mesmo, um deja vù e uma sensação de notícia velha? E as notícias que virão daqui há alguns minutos, daqui há algumas horas ou só na manhã seguinte você seria capaz de adivinhar?
Extra!
Extra!
Trânsito lento na rua X.
Mulher assassinada pelo marido.
Escândalo no Congresso Nacional.

Veja nesta edição do Telejornal Y!
Obras são investigadas por suspeita de superfaturamento.
Bala perdida atinge morador enquanto descansava no sofá da sala.
Seca atinge milhões de pessoas e afeta a produção de alimentos.

A preocupação é justa. A quem interessa fazer com que ao receber uma informação, recebamos outra e outra e outra e outra e outra e outra e mais 1000 000 de outras e qual foi a primeira mesmo? Sobre o que é este texto? Lembra a confusão? Se sentiu confuso? Lembra como este texto começou? O que foi que você leu antes de estar lendo este texto?

A preocupação é justa. Melhor ler aquilo que te faz pensar. O bom é ler algo que te dê vontade de ler uma segunda, terceira, quarta e muitas outras vezes. Seria algo positivo ler algo que te relembra o quanto és inteligente? Seria bom ler um texto que te respeita exatamente por te provocar? Te agrada receber a avalanche de informações diárias como se pensamentos não pudessem ter origem em você e sim serem "engolidas" por alguém, depois que este alguém precisou antes "mastigar" essa informação e no momento de te entregar será uma "regurgitação"?
Pareceu algo nojento? Puxa na memória a cena de um pássaro regurgitando na boca dos filhotes. Sintam-se muito à vontade para achar nojento ter ao seu redor tanta informação obedecendo a esse processo. Não existe como princípio a notícia como um produto artesanal.

O que existe é: te dou de montão e aí te impossibilito de ter tempo para a reflexão.



sábado, 19 de janeiro de 2013

A árvore de sorrisos.


O seu sorriso é uma semente. Há alguns anos brotou e fez a primeira colheita, os sorrisos dos seus pais. Mais alguns anos se passaram e a semente se transformou em árvore frondosa. Nessa árvore se colhe vários sorrisos, os seus sorrisos. Para cada sorriso que você oferece ao mundo, muitos outros retornaram pra você. Você que tem o sorriso generoso, intenso, doce e capaz de transbordar a própria alegria para todos os lados. Ver você feliz não é um desejo egoísta e solitário. Faz bem para o mundo que você esteja sorrindo.
Por: Francisco Braz Neto (07/2007)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Inocente ou culpado.


Se é inocente então o próprio Maluf deve lutar e provar sua inocência.
Não precisa que ele pense igual a mim e muito menos as pessoas de um modo geral, mas... Não vejo Maluf triste, abatido e/ou indignado. Nem vejo essas palavras associadas ao mesmo.
Se é culpado então não esperem para puni-lo quando for morador eterno de algum cemitério.
A sensação de impunidade é mais sólida que o mais sólido concreto ao perceber que, seja como for, a demora atrapalha a selar casos iguais a este.
Se já estão punindo Maluf e a punição é fazer com que ele devolva dinheiro vou passar uns 5 meses chorando. Haja remédio para depressão e ajuda de psicólogos.
Seres humanos são iguais? Por que ele devolve dinheiro e um pobre que rouba um relógio vai para cadeia?
Se acho que o tadinho que roubou um relógio deve ficar impune? Que nada, merece punição.
E o que acha que deve ocorrer com quem rouba milhões? Uma punição similar ao de quem roubou pouquinho e milhões de vezes pior.

E eu que respeito tanto as opiniões. Vou ficar longe de você ou me alterar se tentar sequer argumentar, justificar essa situação tão medieval, tão Faraó, tão Imperador, tão dois pesos e duas medidas, tão nazista, tão Aparthaid, tão a realidade é a feita pelo dinheiro e pelo poder, tão denunciante de como apesar do pomposo século XXI a lei do mais forte está superando milhões de linhas nos livros de direito e por fim sendo mais uma prova de que as palavras lei e justiça caminham em direções opostas.



http://noticias.br.msn.com/maluf-ter%C3%A1-que-devolver-usdollar-283-milh%C3%B5es-%C3%A0-prefeitura-de-s%C3%A3o-paulo-ag%C3%AAncia-brasil

Tohir, Bangladesh, biografia, gratidão e homenagem.

Entre outubro de 2003 e junho de 2004 eu passei por muitas coisas. Biografia não é meu forte, pior ainda autobiografia. Conseguir leitores para um BLOG não é fácil e ainda por cima escrevendo sobre mim. Por outro lado eu já me senti fora do ninho tantas vezes, deslocado, incompreendido e mesmo assim pronto para quebrar paradigmas que este texto vai só ser mais uma vez que isso ocorre.

Era uma vez...

Então vejamos algumas partes. Umas três ou quatro. Vou tentar colocar na ordem cronológica, mas já faz tempo.
A primeira delas. Estava eu trabalhando no BpSafeway e de alguma forma estávamos conversando. Eu e Tohir (se pronuncia Tir) tivemos oportunidade de conversar algumas vezes mesmo nos encontrando apenas no trabalho. Eu coloquei na cabeça que sou chato, mas sempre tem quem goste de mim ou pelo menos de conversar comigo, aí quando eu estava nos meus intervalos aparecia um ou outro puxando assunto. Outras vezes eu estava num caixa isolado do lado oposto aos três principais e que igualmente aos do outro lado tinham cigarros para vender atrás do balcão. Esses cigarros tinham que ser contados diariamente e enquanto contavam também puxavam assunto. Eu não sei o conteúdo da conversa, não lembro, posso me esforçar e imaginar que estávamos ainda nos conhecendo, nos familiarizando um com o outro.
E como pretendo contar o que houve se não lembro? Fácil, resumindo no que realmente importa da conversa.
Bem, estávamos possivelmente ainda nos conhecendo e eu devo ter dito entre outras coisas:
-Eu sou brasileiro.
Ao que ele deve ter dito:
- Eu sou de Bangladesh.
A conversa deveria ter parado aí, mas ele falou sobre... carambolas, caramba, poxa vida...
Ele mencionou Dakar. Pelo menos eu entendi assim. Eu sabia onde era Bangladesh, mas por qual razão ele falaria de um lugar na África? Olha eu denunciando uma ignorância minha. E eu sou todo orgulhoso sobre meus conhecimentos geográficos.
Me denunciei mais ainda ao falar na conversa sobre o Rallye Paris-Dakar.
Tohir logo me corrigiu.
-Não é Dakar no Senegal e sim Dacka, capital de Bangladesh.
I'm sorry Tohir. I remember you immediately forgave me.
Eu pedi desculpas imediatamente e ele me perdoou.
Coloquei essa história como a primeira pois quero acreditar que logo aprendi a lição.
Você sabe onde fica Bangladesh? Dacka?
http://www.bangladesh.gov.bd/

https://maps.google.com/?ie=UTF8&hq=&hnear=Bangladesh&t=h&source=embed&ll=23.684774,90.351563&spn=5.913713,4.702148&z=6

A segunda delas.
Denuncio outra ignorância minha.
Era muito comum me perguntarem sobre as mulheres brasileiras. Pense no sucesso! E era um tal de:
-Francisco, tell me. Are the brazilian girls hot?
Eu ficava furioso. Só compreendia e sentia um lado pejorativo.
Ficava assim na minha interpretação:
-Francisco, me fala uma coisa. As mulheres brasileiras são quentes?
Mas a forma de falar e o tanto que eu imaginava a conotação sexual do comentário me faziam responder quase sempre de forma brava e irônica. Dizia eu:
-Não! Não são nem quentes nem frias. São da temperatura normal.
E dentre quem levou esta resposta desaforada está meu amigo Tohir. E olha que ele era um dos gerentes.
Hoje dou risada. Antes demorei a aprender outro sentido possível para tal pergunta.
As mulheres brasileiras são sexy? Sim Tohir, elas são. Acho que te disse isso em tempo.

A terceira delas.
A menos bonita.
Talvez a mais engraçada para quem esteja lendo.
Ao chegar em Hove, Reino Unido, aprendi muitas coisas, mas não acontecia tudo em um dia.
Eu já estava totalmente ambientado, conhecia um monte de gente. Os Martin já eram minha segunda família e os meus colegas de trabalho já estavam bem separados entre amigos e colegas.
Aí quando imaginei que surpresas estavam se tornando impossíveis eis que de repente...
Quem aparece?
Tohir.
E está com a prancheta para contar os cigarros.
Já era rotina, nada demais isso. Foi só treinamento para escrever um suspense.
Esta passagem está mais para comédia.
Tohir puxou assunto como de costume. Só que houve sim uma novidade.
Ele quis me contar algo. Parecia um segredo. Uma fofoca, boato, sei lá. Só sei que ele contou.
Foi mais ou menos assim:
Tohir - Francisco, sabia que tem alguém jogando papel com cocô no balde de lixo? Hoje mesmo fizeram isso.
Eu -Verdade?!
Tohir - Sim, estamos(provavelmente todo o gerenciamento, que medo!!!!) tentando descobrir quem é que está fazendo isso.
Eu - Eu.

Tohir fica com ar de surpresa. Fica confuso e eu também fiquei confuso.

Eu - Não é para jogar no lixeiro?
Tohir - Não.
Eu- No Brasil é para jogar no lixeiro.
E aí com paciência me explica que no Reino Unido o papel é feito de uma maneira a se desmanchar ao ter contato com a água e por essa razão é no vaso que eu deveria estar jogando o papel.
Eu expliquei como era no Brasil e os problemas de entupimento causados por quem joga papel e tantas outras coisas na privada.  
Levei comigo o hábito de jogar o papel higiênico no balde de lixo. Vocês não fazem assim?
Agora sei como proceder lá e aqui.
Tohir continuou a conversa e emendou:
- Francisco, assumir o que fez foi impressionante. Foi uma atitude nobre.
Mais que infelizmente não lembro das palavras exatas, mas agradeço ao meu amigo por estar na minha lembrança a mensagem. Fiz merda literalmente, mas recebi uma aula e ainda junto colhi a admiração de uma pessoa de uma cultura tão diferente. Nós dois éramos estranhos vivendo na Inglaterra.

A quarta e última deste texto.
A mais bonita, mais emocionante e mais importante para mim. Combustível, bio combustível = combustível da minha vida. Em momentos de tristeza extrema lembro de momentos iguais a este e consigo seguir.

A despedida. A homenagem. A gratidão.
Falei no texto anterior que explicaria, contaria a estória de Tohir. Era desta que eu estava falando.

Morar em Hove foi um tempo de muita felicidade. Melhor ainda é que eu sabia disto enquanto estava lá. Eu sentia a felicidade. Mas decidi voltar e já sabia que voltaria. Por razões que não vêm ao caso resolvi antecipar meu retorno e comuniquei aos gerente do BpSafeway que eles procurassem um substituto para mim pois retornaria ao Brasil antes do previsto. Perguntei quantos dias eles precisavam para arrumar um substituto e acho que concordamos que 30 dias seria adequado.

O último dia. A última conversa. Segurar lágrimas é fácil para mim. Mas não vale pegar pesado.

No meu último dia cada um quis se despedir. Os últimos dias já estavam sendo melancólicos e todos diziam que era uma pena eu ter de ir. Parecia que ao longo dos dias, essa notícia até mesmo impactante, iria se diluindo e no último momento um goodbye resolveria. Pensei que eu e todos estaríamos calejados e a ideia da minha saída já tivesse saturado a paciência de todos.
Bem, não foi nada cinematográfico. Não parecia programa de televisão, nem tinha cartazes, nem multidão, nadinha. Tinha Nadege Jus, Simon Ebers(chefão máximo desta unidade), Michael, Baba Camara, Greg Chiwara, Niall Rafferty, etc. Alguns se limitaram a dizer que lamentavam, um abraço, um tapinha nas costas e tudo resolvido. Mas alguns dos gerentes começaram a fazer diferente, queriam falar em nome não de todos os funcionários, mas queriam falar em nome de todos os gerentes. Me chamavam em particular e faziam um micro discurso.
- Francisco, nós da gerência lamentamos profundamente sua saída. Você foi um funcionário exemplar e é uma grande perda pra nós.
Algo do tipo.
Até que tinha Tohir no meio do caminho, no meio do caminho tinha Tohir. Baixinho, magrinho, com um bigodinho e gerente, abaixo apenas de Simon Ebers.
Me chamou, disse que queria falar comigo. E lá fui eu, muito obediente que sou.
Aí começou dizendo que lamentava e blá, blá, blá.
Pensei que seria tudo igual. Mas pensei isso por pouco tempo.
Ele logo falou que eu não poderia ir embora sem que ele contasse algo que se passou durante os meses que estivemos ali.
Quando eu entrei no BpSafeway foi por intermédio do meu hostfather Peter Martin. Meu cargo? Staff assistant. Do início ao fim. O que não foi do início ao fim foram as atribuições. Eu comecei preenchendo prateleiras, organizando os produtos nelas contidos e caíram na besteira de me botar no caixa.
Besteira deles, sorte minha. Levei uns 15 minutos para aprender a operar o caixa e essa chance foi dada em pouco mais de uma semana. Pronto! Comecei a dividir meu tempo entre o caixa e o facing up e mais um tempo depois era quase que 100% do tempo no caixa. Trabalho fácil, pelo menos para mim. Meu caixa estava sempre correto, fosse qual fosse o gerente que checasse.
Então Tohir agora queria por que queria me contar um acontecido.
- Francisco, um dia você estava fazendo algumas tarefas nos corredores e de repente a loja se encheu de clientes. Chamamos(Michael e Tohir) você para o caixa três e logo após o movimento normalizar mandamos você de volta aos seus afazeres. Horas depois aconteceu novamente, muitos clientes se aglomerando e Michael disse: Tohir, precisamos por alguém no caixa três, mas eu ainda não conferi o caixa.
E então ele disse que falou para Michael: - Michael, pode chamar qualquer pessoa e botar no caixa sem conferir pois quem estava aí era Francisco e eu confio mais nele que em mim mesmo.

Ouvi muitas coisas e ainda estou vivo, posso escutar muitas mais. Não foram, não são, não serão todas iguais a esta. Obrigado Tohir. Perdi contato contigo. Nunca mais tive notícias suas, mas este texto vai em sua homenagem. Se sabes que tenho qualidades, junte a gratidão a elas.

Desculpem leitores por ser um texto tão egocêntrico, egoísta e irrelevante para meus fiéis e queridos leitores. O único motivo de postar este texto no BLOG ao invés de esperar e encontrar outra solução foi temer a falta de memória ou qualquer outra coisa que impedisse que eu registrasse essa passagem tão importante da minha vida.  



 











sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Alguns pitacos sobre honestidade.

Em primeiro lugar eu me declaro Honesto. Nem pouco, nem muito, nem mais ou menos. Honesto quer dizer tudo e só outro Honesto compreende o quão completa essa palavra é.

Um baita de um safado, pilantra que desviou dinheiro, só uma vezinha tadinho, só uns milhares ou milhões pobrezinho não sabe o que é isto. Desta vez nem vou deixar para mais tarde ou para outro texto o meu achismo no qual declaro ser possível se redimir de uma desonestidade. Tampouco considerem sequer por uma fração de segundo que está aqui posto desvio de dinheiro como sendo a única desonestidade existente ou digna de ser mencionada.

Redimir-se. Uma pessoa honesta não é infalível, mas se sente mal ao ponto de não suportar o erro cometido e reconhecer o quanto antes a falta, pagar logo por isso. Sente que há um peso e de tão diferente de uma postura desonesta sai da situação de uma forma que chego a categorizar de bonita. Aliás, assumir erros, pedir desculpas, assumir as conseqüências, pagar pelo mal feito e envergonhar-se das faltas vai trazer para mim a lembrança de outros adjetivos. Direi: - Errou, e logo provou ser nobre. - Errou, contudo tem honra.
- Errou, foi o primeiro a punir-se e deve erguer a cabeça. - Errou, conhece a fragilidade humana, mas foi forte para assumir.
Não se redimir. Roubou, aplicou golpes, sonegou, fraudou e afins. Tá velhinho, já viajou o mundo todo, comeu nos melhores restaurantes do mundo, possuiu os melhores carros e por causa dessa tão singela vezinha que conseguiu seu império, sua vida de marajá (lembrou de alguém) e a herança da família. Não sou pretensioso ao ponto de estipular o prazo para se arrepender.
Agora vem o ditador Francisco e faz um pronunciamento: - A partir de agora quem não se auto denunciar em até 30 dias irá pagar nesta vida e na próxima. Isso não existe.
Daí a ter passado 10, 20, 30, 40 anos curtindo e dizer que se arrepende.
Vai ter redenção de um santo ou talvez de vocês que estão lendo e se compadecem disto. De mim, vai para o funil. Estou escrevendo e pensar nisso deu uma raiva arretada.

E ao seguir escrevendo pitacos sobre honestidade vou enumerar como pensa a cabeça de um honesto. Se um desonesto for sincero gostaria que fizesse um texto me explicando qual a construção lógica que ele faz.

Pitaco 1: Um honesto não vê problemas em ser fiscalizado. Aqui a discussão pode existir amplamente sobre o que pode ou não ser fiscalizado. O que é público e o que é privado. Mas, imagine um ponto de concordância. Imaginou? Como é que se explica qualquer dificuldade em fornecer dados? Deixar ser fiscalizado pode ser até uma solicitação de um honesto.

Pitaco 2: Um honesto não se importa se quem não o conhece desconfia dele. Um honesto deixa o tempo mostrar quem é cada um. Bem, aqui fica de fora todos vocês que nunca se decepcionaram com alguém ou se enganaram ou julgaram equivocadamente. Queria lembrar que os enganos podem ser nos dois sentidos. Achavam alguém honestíssimo e era um calhorda ou achavam alguém um vilão, mas era o mocinho. Faz lembrar o ditado popular sobre o lobo em pele de cordeiro.
Algo extremamente particular, uma característica deste que vos escreve, mas que por acaso acha que não é o único, é ir até um dos pecados capitais, ir ao ponto de ira, quando depois de me conhecer ainda prevalece a desconfiança. Atenção! Conhecer não é 100% conectado ao tempo. Em pouco tempo e muita vontade, conversa e atenção é possível conhecer alguém. Em muito tempo e pouca vontade, nenhuma atenção e raríssimas conversas é impossível. Como você aciona esse mecanismo e fica irado Francisco? Como isso chega a este ponto? Bom, se a pessoa me acha desonesto, mas guarda essa opinião para ela, tá tudo certo. Se por outro lado, ela verbaliza. Aí não tem choro nem vela. Acabou-se o mundo. Ferrou. Não digo sobre mim e não atribuo a mim atributos tais como: beleza, riqueza, popularidade, carisma, simpatia, etc. Há um orgulho em mim. Digam sobre mim: és burro Francisco, és chato, és feio, és pobre, és fraco, és infantil e muito mais. Quando terminares de acabar comigo ainda posso ser salvo quando reconheceres que sou Honesto. Fica para depois, outro texto, o meu último dia no BpSafeway e as palavras de Tohir. Podem me cobrar.

Pitaco 3: Um Honesto, caso alguém concorde, fica furioso com a cambada de desonestos se aclamando como os sabidos, espertos, os gênios do universo. Esses malandros, "ixxxxxperrrrrtos" chamam os Honestos de burros, babacas e afins. Muitas vezes é melhor desligar os sentidos, os Honestos estão procurando se defender fechando os olhos, tapando ouvidos, calando e prendendo a respiração.
Para descontrair um pouco. Os Honestos podem se vingar um pouco ao já ter associado desonestidade a sujeira. Se está errado, dizemos que tem algo fedendo.

Pitaco 4: Honestidade rima com sinceridade. Literalmente.
Mal-caratismo rima com cinismo. Totalmente
Ladrão rima com prisão. Amplamente.

Pitaco 5: Atores são admiráveis. Atuar é uma arte, uma profissão que encanta, comove e enriquece a vida de quem os aprecia. Por este motivo deveriam ser  ferozes, implacáveis contra os desonestos, na relação de pitacos coloco a petulância e a pretensão dos desonestos de serem atores. Quem lembra de casos famosos do tipo: choros cinematográficos, indignações em palanques, promessas estilo comédia romântica e assim por diante? Não vou fazer referência muito clara. Cada um escolha se quer lembrar de um caso municipal, estadual, nacional ou até mesmo internacional.
E casos não tão famosos. Aqueles... de algumas pessoas próximas a nós. Dando chiliques, se sentindo tão ofendidas, nossa, dá para ironizar e perguntar se quer concorrer ao Oscar.
Em alguns casos existe a classificação de cara-de-pau. Por saber que em algumas situações, ter cara-de-pau é sinônimo de falar, se expor, fazer uma simples solicitação que tá todo mundo com vergonhinha. Por mais que seja encarada pelo lado negativo, lembrei dessa possibilidade positiva e me freou um bocado ao usar o termo. Até lembrei do programa humorístico. Os Caras de Pau.
Esquecendo a possibilidade específica, chance pequena de ser algo bom. Os muitos exemplos podem ser dados de quando estamos fumegando de raiva de um grandicíssimo Cara de Pau.
Para exercitar a memória.
E será que alguém teria coragem de dizer que não conhece uma determinada pessoa mesmo tendo andado de jatinho particular com esta pessoa? E mesmo depois de aparecer uma foto dessa mesma pessoa com quem ela, numa "verdade paralela", nunca esteve?
Alguém teria a audácia de falar que mesmo tendo "tirado" 30 vezes na loteria foi pura sorte?
E quando mais que isso, aparece um vídeo, dois vídeos, três,(alô galera que sabe editar, dá para pintar miséria com edição de imagens, tanto em foto quanto em vídeo), mas mesmo assim a pessoa diz que é inocente, isso existe?

Pitaco 6: Um Honesto não acredita em denuncismo. Mas volto a re re re re re repetir. Ga ga ga gago, gago que  que que que que, me chama de burro, mas vai com calma antes de chamar todo mundo de burro.

Pitaco 7: O último da série. Um Honesto quando é acusado quer ir até o fim. Não tira por menos.

É só meu pitaco gente. Relaxem. Eu vou tomar um calmante. Um chá de camomila, quem sabe?

E você, qual seu pitaco?









Vergonha de falar e escrever? Só se for...

Que pena que eu escreva em português errado. Acho que o imperfeito não participa do passado. Troco as pessoas, os pronomes e toda sorte de erros vêm junto. Mas me envergonho dos erros e gostaria de não cometê-los. Eu tento... sempre...


Filósofo de sexta.


Quem quer te dominar vomita em você idéias prontas. Quem quer te tirar da ignorância te apresenta às perguntas. Se é bom ou ruim ser ignorante? Pura opinião. As vezes penso que sim, tem vezes que acho que não e até hoje tenho certeza que não sei.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Entre a Cruz e a Espada


Para muitos sou um crítico voraz. Pessimista convicto.
Não temos memória. Nem visitar os parentes que já se foram é parte da nossa cultura. Nossos cemitérios são lugares de tristeza absoluta e os evitamos. Afinal de contas, para que ir ver mortos em um lugar se podemos ver mortos em todos os lugares? Sendo repetitivo ao extremo como também são as mazelas do Brasil, temos os mortos literalmente falando e os mortos vivos. Até aproveito para perguntar: -A origem dos zumbis foi no Brasil? Não tem graça. O que mais se assemelha a ter graça neste tipo de abordagem é a ironia escancarada. E ela vem ao texto para desabafar e evitar que palavras chulas entrem.

A questão central aqui é a passividade. As questões que estão ao redor são muitas. Uma analogia feita entre uma estrela, os planetas e demais corpos na composição de um sistema solar e a sonolência de toda uma população e todas as consequências advindas desta. Aí entra o sentir-se esmagado, sufocado, oprimido, Entre a Cruz e a Espada.

A passividade, a letargia, a dormência são palavras que ganharam dimensões destruidoras. O primeiro teste proposto é começarmos conosco. Eu me incluo. Nada de dois pesos e duas ou até infinitas medidas. Quantas vezes fazemos críticas reflexivas? Você está no time dos que não se arrependem de nada, apenas do que não fez? No time dos que não tem vergonha? No time dos que colocam os erros em um altar, pois só com eles se aprende? Quantos outros chavões prontos você está utilizando? Dentre eles você inclui a crença na qual não se pode falar nada de negativo sobre seu país, seus familiares, seus amigos e aquilo que é seu?

Eu me arrependo de tantas coisas e principalmente das que fiz. Não fazer, para mim é probabilisticamente muito menos passível de arrependimentos. Vejamos como a retórica funciona para ambos os lados. Quem só se arrepende do que não fez por acaso pode me explicar se costuma incluir na seqüência do raciocínio frases do tipo:
"-Me arrependo de NÃO ter matado?
-Me arrependo de NÃO ter roubado, espancado, destruído e torturado?
-Me arrependo por NÃO ter estuprado, extorquido, iludido, decepcionado e mentido?"
Dá para explicar?

Me colocando na berlinda. Eu me envergonho. Me olho no espelho e todos os dias sei que posso e preciso melhorar o ser humano que está refletido. De bom? Sentir orgulho por não ser um SEM VERGONHA. São  34 anos de muita reflexão e o fato de ter escapado da morte por pelo menos 3 vezes aumenta e muito a dimensão de tudo. O que é bom não é bonzinho e o que é ruim não é ruinzinho. A vida é curta, mas daí a usar isto para ser irresponsável e descompromissado é outra estória. Se fazer algo para um mundo melhor não vale a pena por você, faça por seus filhos, amigos, sei lá, encontra alguém para justificar algo bom e menos motivos para não fazer nada.

E a questão principal é a passividade. Passividade capaz de vir como uma espada penetrante, insistente e escancaradamente presente nas palavras de cada um que eu conheço e fala e fala e fala e fala e fala e ...     "-Você viu o último escândalo? Que absurdo!
-Leu na internet sobre as chacinas? Que absurdo!
-Viu a quantidade de buracos nas ruas? Que absurdo!
-E as balas perdidas? Que absurdo!"
Quando absurdos acontecem o que se faz a respeito? Se espera a próxima eleição. Certo?
O próximo absurdo?

A Cruz vem gigante para ser carregada e acaba que a população de toda uma nação a carrega. Eu cheguei ao dia de hoje com uma quantidade tão grande da balela: "o brasileiro é um povo feliz apesar de ... tudo." Eu que tanto peço favores. Deixa eu pedir mais um? Olha a matéria do Diário de Pernambuco sobre o consumo de Rivotril. Caso seja assinante está aí o link que leva até a edição do dia 22 de janeiro de 2012: http://www.old.diariodepernambuco.com.br/2012/01/22/indice.asp
Se não quiser saber tanto sobre a matéria, ou não conseguiu ter acesso, o Rivotril é um antidepressivo que juntamente com outros antidepressivos, também conhecidos como tarja preta, estão entre os remédios mais comprados pela população brasileira.
O que isto quer dizer?
Eu sei bem.
Vai uma ironiazinha para aliviar, quem sabe para substituir o Rivotril de algum de nós hoje? Se o consumo recorde é de um antidepressivo é por termos atingido o máximo da felicidade sem remédios e agora vamos ver qual o limite com essas drogas. Será? Faz sentido?

Fazer sentido. Fazer sentido é uma necessidade minha. Você compartilha desta necessidade? Para viver sei que precisamos, comer, beber, respirar, dormir ou então fatalmente morremos. Individualizando as necessidades, eu preciso da lógica, da coerência. E a coerência entra agora para retomar a questão de falar mal do próprio país, dos amigos, dos familiares, da sua rua, da sua casa e toda e qualquer coisa sua. Falar mal já é uma coisa positiva em comparação a indiferença. É também o que se faz naturalmente quando se quer bem a alguém, senão vejamos:
1) Quando os nossos pais estão com uma mancha na roupa, falamos ou calamos?
2) Quando um amigo está prestes a se machucar, tropeçar ou cair, falamos ou calamos?
3) Quando os pneus do carro do(a) amigo(a) está careca ou descalibrado, ignoramos?
4) Se o(a) namorado(a) está com a roupa rasgada, deixamos para lá?
5) Se após comer pipoca ou feijoada a irmã ficar com algo preso nos dentes, ficamos indiferentes?
6) Quando as ruas da cidade onde moramos estão sujas e esburacadas, tudo bem?
7) Ao saber de mais um desvio de verba, magicamente transformamos o fato em algo bom?

E aí, quantos argumentos, quantas perguntas, quantas reflexões preciso escrever para sair da Cruz e retirar a Espada de mim?
Quais as respostas que cada um dá para essas perguntas?
Eu conheci essa sensação de estar esmagado entre a Cruz e a Espada quando amigos estrangeiros começaram a me apontar como o mais patriota e mais nacionalista dentre todos que eles conheciam. Aí vem os brasileiros me apontar como o que menos gosta do Brasil.
Aí eu paro. Aqui eu termino. Amar o Brasil não é dizer que ele é lindinho, lindão, perfeitinho, perfeitão e colocar as sujeiras debaixo de um tapetão.

Amar o Brasil é não usar um discurso mentiroso. É não ser indiferente. É avisar para o País como se nosso Pai fosse que ele está doente e precisa de cuidados. Mostrar que a roupa está rasgada. Amar o Brasil é saber cada vez mais sobre ele. É não esperar que o dinheiro cure o que só a Educação é capaz.

Falar mal não é desejar o mal. Falar mal que funciona tem na boa vontade de quem quer compreender o sentido de alertar.
Falar mal que incomoda muita gente é apontar um cenário tão feio, tão fedido, tão atrasado, tão injusto e tão violento que a vontade pode até ser que não seja verdade, mas abra os olhos, ouvidos e narinas, use os sentidos para então socorrer o país que ama. Caso você não ame o Brasil, está tudo bem.  















Eu sou o fotógrafo!

Eu sou o fotógrafo!
Essa foto me enche de orgulho. Eu acho que ficou perfeita.