segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Uma outra chance para o Cupido

Estou querendo tanto escrever daquele amor
Daquelas coisas bonitinhas e bobas
Sair de um tom de drama
Encher de palavras de cama
Só para suavizar o dia
Para ver se alguém coloca melodia
E diz que quem escreveu foi Jabor.

Estou querendo mudar o padrão vibratório
Mesmo que seja transitório
Ainda assim valerá
Depois de muito peso nas costas
Há vontade de nas respostas
Doçuras pra compensar
Porque quem fala de amor
Leveza pode encontrar

Atira tua flecha Cupido
Acerta sem ser gari
Marília reclamou contigo
Assim posso te demitir
Mas outra chance te dou
Faz bem teu trabalho agora
Cupido também se aprimora
Mostre que já superou
De erro em erro a hora
Certa, incerta, chegou.

Francisco Braz Neto(20/02/2017)






Eu quero desnascer.
Deu errado
Dói
Doeu no parto?
Não lembro.

Tem vacina, tem murro, corte, grito e muito choro.
Tem coisas boas também.
Mas tem mais coisas erradas do que deveriam.
Essa de acreditar em Papai Noel e pedir presente todo final de ano vou trocar.
Eu quero desnascer.
Vou acreditar no super homem e pedir para ele fazer o planeta voltar, girar para o outro lado e como no filme ele sair feliz por salvar a mulher amada e eu nada.

Desnascido.

Tem assassinato, estupro, facada, bala perdida, bala achada e muito choro que não acaba.
Por muitas dores tão alimentadas e uma tontura invade a ideia atropelada.
Para o mundo, minha estação eu não encontro.
Eu coloquei o despertador, combinei comigo mesmo que não iria falhar.
Falhar comigo mesmo.
Tem coisas boas também.

Tem estelionato, chacina, escravidão, furto, roubo e invasão.
Egoísmo, muito cinismo, desilusão
Desmatamento, guerras, infanticídio, suicídio, falta de pão
Data de validade para este mundo
O homem vai se suicidar
O homem vai suicidar o mundo.
Achou raso?
Desnasço

Deu errado.
O espasmo
O orgasmo
Raro
O não. Não! Não!
Arrumar tudo que está desmantelado
Martelo, prego, chão, chão, chão
Meia volta, soldado!
Faça flexão.
Pague 10, 20, pau mandado.
O caminho errado não tem volta não.
Bifurca, repete, passo
Paço de rei e peão
Mimado, mimado e levado
Tem jeito não.

Estou tão errado
Estou tão confusão
Desnasço
Muito obrigado
Resolvo a situação
Espaço e tempo
Relativizado
Inexisto
Coloca a culpa em outro
Assume tua solução

Muro, fome, doença
Refúgio de refugiados da crença
Da crença que há crença errada
Da errada crença que alguém vença
Se dessa forma, desgraça
Assim, só desavença
Bombas, tiros, fumaça
Tamanha indiferença
Criança estás desmaiada?
O corpo inerte não pensa
Escombros, lá fostes achada
Esperança, me convença!
Agora que não tem mais volta.
Aguenta, aguenta, aguenta.

Francisco Braz Neto(20/02/2017)










domingo, 19 de fevereiro de 2017

A mala

A mala está pronta
Sempre pronta está a mala
Colada é parte de mim
Na saída e na chegada
Sem peso eu peso os anos
De toda a minha caminhada

A mala me deu alegrias
Alegrias guardadas na mala
Ela está pronta outro dia
Destinos irão aguardá-la
E ela segura a euforia
Quieta no canto da sala

A mala fez bem e faria
Faria tão bem se amada
A mala, a sabedoria...
Olhou-me tão desconfiada
A casa anda tão vazia
A mala mudou de morada
Achei que de mim se escondia
Ela só seguiu sua estrada

Em pensamentos viajo
Querendo logo encontrá-la
A mala que eu tanto peço
Domina a arte da fala
É de um conhecimento diverso
Supera o topo da escala
A mala esfria em regresso
Esquenta só quando eu amá-la.

Francisco Braz Neto(19/02/2017)













quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Essa preguiça pressão

Essa preguiça
Esse cansaço
Me intriga
Não faço
Há briga

Abatido
Fatigado
Cansado do cansaço
Me afasto
Recluso
Pedaço por pedaço

E tão preguiçoso
Não durmo
Viro noite
Confuso
Como pode?
O fuso
De Tóquio
Eu uso
Do sangue
Cafuzo
Caboclo
Misturo
Achou pouco?
Não mudo.

Pressão, depressão
Conheço
Dia
Amanheço
História e estória
Esqueço
Querendo lembrar
Permaneço
Pede pra ficar
Eu mereço.

Francisco Braz Neto (16/02/2017)






Quando eu posso tudo

Não posso ser tudo que queres toda vez que queres que eu seja tudo.
Posso sim aceitar o que me deres toda vez que eu não esteja profundo.

Positivo
Sentido sem tanto explicar
A vida que leva e trás
Antes dela nos levar
De fim em fim, acerto
Não posso sempre acertar
Se erro logo conserto
Quebrado não pode ficar
Se for cristal eu confesso
Trabalho grande vai dar
Pra morte trégua eu peço
Essa não sei arrumar

Não posso ter tudo que queres toda vez que queres que tudo eu tenha.
Posso sim digerir o que feres toda vez que feres tudo e desdenha.

Na carne em brasa, a manha
Na lenha, a brasa se assanha
Macia, cheia de artimanha
Nem mesmo assim posso tudo
E quando eu posso, quem ganha?

Francisco Braz Neto(16/02/2017)


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Aquele pedaço

Aquele pedaço cortado
Do bolo
Do meu
Coração

Doeu cada vez separado
Doeu cada vez solidão

A métrica errada da vida
Concreto pedaço do chão
Ideias de ideais consumida
Varrida na imensidão

E tudo que quero entender
Um mundo sem explicação
Razão por razão defendida
Volte aqui meu irmão!

Volte mãe
Minha irmã, minha filha
Pedaço e pedaço do medo
Distância, escuridão
De culpa abri a ferida
E nunca soltei sua mão.

Sempre estendida
Pressão ou imaginação
Real é tudo mentira?
Mentira é uma ilusão?
Se líquido assim acreditas
Tudo segue confusão

Concreta a água sorvida
Abstrai a necessidade
Sangue da bala perdida
Abala a minha vaidade
Esconde, fica contida
Transpira sinceridade
Aquele pedaço do bolo
Entregou a minha idade.

Francisco Braz Neto(14/02/2017)



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Meu afilhado

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É um afilhado!
Um filho. Amado.
Pego e dou um abraço bem apertado.
Meu cabrito danado.
Alegra tanto a vida de todos e digo então obrigado.
Tão levado e traquino isso é seu jeito agitado.
Cansado se recosta mansinho.
Adormece enquanto é acariciado.
Esses olhos cativam a gente.
Queremos sempre te ter ao nosso lado.

Francisco Braz Neto (13/02/2017)

She is far away

She is far away
Not a thing so new
We've met so long ago
She shows a smile every day

She is so happy
A rich lady for sure
Conquer the world with grace
Grace, power and secure

So smart
She doesn't know
One day she'll listen
I love you so!

So far away
So different though
Oceans and seas
The words flow

Some days I say
A shy hello
Wait a minute
She loves, bro
She's far away
Answering my show.

Francisco Braz Neto (13/02/2017) 




sábado, 11 de fevereiro de 2017

Valendo nada

Arte cantada
Está tudo bem
Interpretada
Eles vêm
Pintou uma tela
Compram também

Mas se verso

Escrevo romance
Vale tentar
É essa a chance
De revelar
Em muitas páginas
Por mais mensagens
Escancarar

E se verso

Não tem evento
Tem programa?
Ao ar livre
Será meu drama?
Declamarei
Na minha cama.

Ou se verso

Vendo por quanto?
Não é cordel
Só prosa e pranto
Um escarcéu
Escola errada
Nenhum bordel

Como verso

Valendo nada
Nem um centavo
Resta a enxada!
Eu protesto!
Não sou escravo
Eu manifesto

Habito verso

Pague a entrada!
Acha perverso
Pela estrada
Esmola peço
Face espelhada
Grito liberto
Valendo nada
Frente e verso.

Francisco Braz Neto (11/02/2017)








sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Máquinas






"No Ceará não tem disso não, não tem disso não, não tem disso não ..."
"No Ceará não tem disso não, não tem disso não, não tem disso não."

Pedaço de mim




E quando um pedaço de mim não é meu corpo e sim meu tudo
eu fico bobo e mudo.

(Francisco Braz Neto 10/02/2017)

Eu sou o fotógrafo!

Eu sou o fotógrafo!
Essa foto me enche de orgulho. Eu acho que ficou perfeita.