sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Aconchego

Oferece Aconchego
Chamego
Desejo
Que eu chego.

Recosta no meu peito de homem
No pelo
No ombro
Seguro abdômen.
Oferecido ao encaixe
Cicatrizes de outros enlaces
Ouvindo o teu doce nome.

Aquele calor corporal
A troca é tão passional
O sangue fervendo nas veias
Artérias e pulso anormal
Um bater tão acelerado
E o Aconchego aguardado
Vai coroar o final.

Matador de todos os medos
É meu amigo Aconchego
Insegurança treme
Pavor assim, passa fome
Eu quero ouvir o teu nome
Ao acordar logo cedo.

Volta! Volta! Volta!
Me pede de novo.
Não diz que há fim.
Amor é tudo pra mim.
Conheço o fundo do poço
Em braços recebo reforço
Decifro a mínima letra
Até a que confundi.
De idiomas mais variados
Até o dos querubins.

A luta da vida é sem pausa
É preço pra tudo que vejo
Enquanto não tenho Aconchego
A volta não volta pra mim
Me bota na pauta, na letra
Me ajeita, me faz um "denguin"
Me acerta, me canta, me versa
Troca o não pelo sim.

Aconchega o Aconchego mais forte
Me chama, repete com força
Convicta, única, segura!
Mais tarde a gente conversa
Fazendo tudo sem pressa
Madura, plena de doçura
O Aconchego se completa
Ternura, candura, formosura
Segura, segura, segura.

Francisco Braz Neto (27/09/2019)

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Rua fria

Na rua faz frio.
Eu sei como pisar no coração de um ser humano.
Já fui humano eu sei.
Talvez eu saiba.
Quem sabe são sempre os outros.

Na rua faz frio eu sei.
Eu sei como pisar sem fazer barulho.
Já fiz barulho eu sei.
Talvez eu saiba.
Quem sabe são sempre os outros.

Para pisar no coração de um ser humano existência no ato.
Um pavoroso compasso.
Para pisar no coração de um ser humano ponta e bico de aço.
A lança na costela eu passo.

A rua é fria a noite.
Até onde de dia é quente.
A rua é fria eu sei.
A rua é fria eu sei.
Para pisar na rua fria uma vítima, um falso.
Um paralelo eu traço.
Eu já pisei eu sei.
Talvez eu saiba.
Quem sabe são os outros.

A rua se anuncia.
De dia quente de noite fria.
O banho é chuva.
A chuva é o banho, a bebida e o disfarce.
Com o que nela não faz contraste.
Rua fria e eu sabia.
Acaba logo, agonia!
Eu sei ou sabia?
Talvez eu saiba.
Quem julga são os outros.

A rua é rua, rua avenida, rua viela, rua fechada e fria.
Lar e céu.
Como está o céu hoje?
Olha lá! Vai!
Estrelado?
Está chovendo?
Está nevando?
Consegue ver a lua?
Eu sei como pisar no coração de um ser humano.
Já fui humano eu sei.
Já fui humano eu sei.
Para pisar no coração de um ser humano deixe ele para depois.
Coma seu Baião de dois e deixe ele pensar que vale menos que arroz.
Talvez eu saiba.
Quem sabe são os outros.

A rua é fria.
Rua fria.
Vazia.
Sons.
Luzes.
Esconde.
Escondeu.
Escondia.
Um louco que dançava uma música que os outros não ouviam.
E assim a humanidade ... ia.
Calendário vigente do planeta sem guia.
A rua fria abraça.
Dela não terás alforria.
Agora anda até esgotar tuas forças.
Pisar em corações de humanos jamais te dará alegria.
Já fui humano eu sei.
Já fui humano um dia.
A rua foi quente e estava cheia.
E hoje fria, fria, vazia.

Francisco Braz Neto (24/09/2019)









segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Interpretação

Ponto
..
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Entendeu? 

Completa
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Lacuna
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Vazio. 
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Vírgula
,
,
,
,
,
,
,
,
,
Acento
Cento
Assento

Transparente


Em branco


Agudo

Circunflexo
^
^
^
^
Interrogação
?
?
?
?
?
?
?
Tudo junto
Interpretação

Até vazio é informação. 

Translúcido
Opaco
Interação.

Rimei
Rimei
Finalização. 
Pingo e ponto?
Distintos!
Leu, leu? 
Interpretação. 

Francisco Braz Neto (16/09/2019)



Eu sou o fotógrafo!

Eu sou o fotógrafo!
Essa foto me enche de orgulho. Eu acho que ficou perfeita.