segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Você me achou?

Conta até dez.
Conta normal, sem pressa. Não é a contagem de final de ano.
Não é lançamento de foguete da NASA.
Hide and seek.
Yes, that's it.
Pronto ou não, lá vou eu. Quero dizer: pronto ou não, lá vem você.
Olha.
Tenta ver.
Estou embaixo da mesa?
Não.
Continua.
Onde estou?
Na varanda?
Não.
Na cozinha?
Embaixo da cama?
No armário?
Onde?
Ao lado?
Esconde-esconde.
Na verdade eu estou bem escondido.
Na verdade, estou em mais de um lugar ao mesmo tempo.
Eu faço umas mágicas.
Uma que sou bom é virar lembrança, virar pensamento, virar transportável e ir em pedaços com cada um que me ama.

Então!
Onde estou?
Na porta?
No porta?
Na gaveta?
Na parede?
Na área de serviço?
Nos bites?
Nos bits?
Nos pixels?
No papel?
Onde estou?
Você me achou?

Onde estou?
Nas mãos?
Visível?
Achou?
Batida salve todos.
Ninguém que procura vence quando na brincadeira algum participante tem invisibilidade como parte dos poderes.
Alguém perde feio quando na brincadeira não tem quem procure.

Onde estou?
Não ajudo a me achar, não dou dicas pois há vezes que sei onde estou e vezes que não.
Vezes que importa onde e vezes que não.
Na maioria das vezes importa muito como e com quem.
E de repente acabou a brincadeira.
Não achou?
Achou?
Onde?
Me fala.
Me escreve.
Me descreve e me detalha onde. Quero ler e reler esse mapa que me mostrará onde estou em meus momentos mais perdidos.

Francisco Braz Neto (31/12/2018)

















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Eu sou o fotógrafo!

Eu sou o fotógrafo!
Essa foto me enche de orgulho. Eu acho que ficou perfeita.