Não me lê
Mas lê
Não me ler não atrapalha
Me ler não sei o efeito
Sei em mim
Sei só de um
O que importa são milhões.
Perdi o metrô
Perdi o bonde
Perdi sabendo
O bonde é vídeo
Todo mundo lê sons
Todo mundo se comunicando
Cada vez mais e mais
Não sei se posso dizer que se comunicando melhor.
Ouvidos loucos
Ouvidos moucos
Ouvidos que escutam, porém não ouvem
Ouviram do Ipiranga que não há mais margens e tudo é inundação.
Não há mais margens para distinção.
Tem que ser tudo igual
E é o novo normal
De tantos novos normais.
Só não chamávamos deste jeito.
Mas quantos novos normais tivemos?
Novos normais de como moramos, de como nos vestimos, como nos comunicamos, como nos alimentamos e assim por diante.
Então que importa se alguém vai ou não ler?
O normal de agora é vídeo e todo mundo sabe.
Perdi o metrô e agora o teletransporte é o novo normal.
Imagina quando o teletransporte for velho!
Quem raios vai ler?
Acorda!
Acorda robô!
Robô preguiçoso!
Francisco Braz Neto (28/04/2021)
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