sábado, 30 de novembro de 2019

Demais do mais do mesmo

De tudo que há
Há mais
De tudo que se vive
Há mais
Muito mais
Há demais

Do tudo que há
Há o mesmo
De novo
Novamente
Bem mais!

Quando vai parar?
Não sei mais.
Há mas, há porém e há do mesmo.
Até um fim
Dois fins
E um final.

Quando não suporta mais
E quica.
Vai quicando...
E a mais recente é a mais.
Dolorida.
Dolorosa.

As queimaduras de infância, cicatriz.
Cortes da adolescência, repeti.
O adulto achou pouco, insisti.
E sempre vem mais.
Vem demais do mais do mesmo.

E o mais recente parece doer mais.
O mais recente dói muito mais por comparação.
O que doeu há anos hoje não tanto quanto o que está em cartaz.
Essa sessão das 20h o filme me traz
A queimadura por fora
O corte que sangra e banha quintais.
O banho que consome e suja
Do mesmo sangue de antes
É sangue, é sangue demais.

Francisco Braz Neto (30/11/2019)



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Eu sou o fotógrafo!

Eu sou o fotógrafo!
Essa foto me enche de orgulho. Eu acho que ficou perfeita.