domingo, 9 de outubro de 2016

Leitura é sinônimo de

Relutei.
Pensei e repensei como de costume.
Não consigo ficar satisfeito.
Parece que só com um texto enorme garantirei que eu não serei incompreendido.
Ilusão.

Leitura é sinônimo e aquisição de informação.
É sinônimo de possibilidades
Viagens mentais.
Sonhos despertados
Crenças reforçadas.
Crenças destroçadas.

E se usarem meu texto de forma maldosa?

Posso ser incompreendido e usado como desculpa para um desserviço.

Tentando evitar repetirei: LEIA!

Tentando evitar repetirei: LEIAM!

Bastante, ao máximo e ainda questionem, reflitam, amadureçam as idéias até chegarem a qualquer conclusão.

Por que tanto cuidado?

Preparação para o que direi agora.

Ser inteligente não depende de leitura.

Não. Não é pesquisa de uma faculdade ou universidade.
Trata-se de uma digressão temporal. Entra nessa máquina do tempo comigo e veja a minha ousadia. Eu que sou fã declarado do professor doutor Leandro Karnal vou ao ponto de discordar dele e até citar entre outras coisas uma contradição dele. Vamos ver se conseguirei ser bem sucedido.

Começando por Karnal, ele construiu, com a extrema competência de sempre, a ideia de que é pelo esforço em ler muito, por anos e anos a fio que se pode dar uma opinião com qualidade, quase como receber um selo do Inmetro para tal competência. Longe de ter sido com essas palavras. Estou falando sobre a mensagem, o conteúdo. Os vídeos que me recordo dele falar sobre isso foram alguns que ele fala sobre o mundo líquido do Zygmunt Bauman. Ele cita a avó dele, Karnal, e diz que ela tinha certeza de tudo e que eram os mais velhos que sabiam das coisas. Hoje, no mundo líquido, quem sabe das coisas são todos. Todo mundo sabe tudo sobre tudo. Não é o assunto deste texto. Freio!
Vamos para a contradição da ideia do professor doutor Leandro Karnal. Ele tem uma palestra específica, acredito que foi a primeira que assisti dele, sobre Hamlet e o fato dele ser o anti-facebook. Mais uma vez não vou me estender sobre tudo da palestra, apenas sobre Karnal falar que William Shakespeare provavelmente foi genial, possivelmente, por não ter passado por uma universidade, caso isso tivesse ocorrido Shakespeare ficaria preenchendo coisas burocráticas, corrigindo provas e etc. Mais uma vez o que interessa é a mensagem. William Shakespeare foi, é e provavelmente sempre será um fora de série e no entanto, começo com a pergunta: quais livros ele leu?

Vamos para a linha temporal? Um convite apenas, fique à vontade.

Cada grande pensador, filósofo, cientista, historiador, escritor e demais alcunhas para pessoas que independente do título se destacaram tiveram uma fonte ou mais. Sempre livros? Creio que não. Sempre escritos, como papiros e formas anteriores aos livros? Também não.
Lógico que é mais fácil encher a boca e citar quem foi inteligente e marcou a história depois do desenvolvimento/criação da escrita. Porém,  daqueles que citamos como inteligentes, algumas vezes chamamos de gênios, também temos a mesma facilidade de citar quais livros essas pessoas leram?
Nessa reposta conseguem ver que precisamos saber bem as datas? Se Camões você detecta como gênio, por acaso ele leu Karnal? Se Madame Curie foi genial ela leu Camus?

Espera um pouco, estou misturando químicos com historiadores e com escritores. Então deixe-me organizar as ideias. Por gentileza observem a questão do conhecimento ser apenas, SEMPRE, transmitido pela escrita. Será? Depois, admitindo-se que está tudo disponível de forma escrita, como saber quem leu o que? E agora, por fim, quem leu o que de qual área?

Para o texto não virar livro eu vou até esquecer as misturas entre as áreas e vou reforçar que a linha de raciocínio é de base temporal.

Ser inteligente não depende de leitura.

Leitura para alguém de boa a excelente memória garante informação/data como um computador sem inteligência artificial. Acumula, mas não consegue analisar, não separa correto de incorreto, não constrói nada novo.

Temporalmente vamos ser rápidos para voltar. Agora podemos ler algo da idade média, na idade média podiam ler coisas dos Gregos e dos Egípcios e estes por suas vez podiam potencialmente ler coisas dos Sumérios por volta de 3200 anos a.c. Com essa volta no tempo vamos chegando perto do fim. Respondam então, antes da escrita não existiram homens e mulheres inteligentes no mundo? O próprio ser ou grupo que inventou a escrita como poderíamos medir o intelecto dele, dela, deles ou delas?

Na minha humilde opinião, um contemporâneo do mundo líquido, em que todos sabem tudo sobre tudo, sempre existiram homens e mulheres inteligentíssimos e ler ajuda os quem são inteligentes a ampliar e exercitar o intelecto, mas não os torna o que são. Os inteligentes vão aprender ouvindo, vivendo, observando, interagindo, experimentando, refletindo, sentindo e mais um sem número de maneiras de aprender. A leitura é uma das formas de conseguir conhecimento, poderosíssima, e eu recomendo para todos sem exceção.

"A vida ensina." Conhecem? Quem é o autor desta sentença tão sábia?

Aprendi que são três coisas distintas.
Sabedoria.
Inteligência.
Conhecimento.

Não porque li e sim pela liquidez, entende?


Francisco Braz Neto(09/10/2016) 







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Eu sou o fotógrafo!

Eu sou o fotógrafo!
Essa foto me enche de orgulho. Eu acho que ficou perfeita.