sexta-feira, 3 de julho de 2015

Profundamente olhos procuravam-se.

Poder dos olhos
Da noite concorrida
Olhei.
Fitei olhos e olhares
Fui olhado
Noite cheia
Olhos se encontraram.

Não há palavras viajantes conseguindo ir ao passado
Há palavras poderosas nascendo por teus olhos inspiradas
E agora que acaso dará aos olhos outro encontro desejado?

Olhos fugiam bem em minha frente!
Fugiam de outros olhos e repousavam sobre meus olhares
Olhos assediados de dona incessantemente cercada de corpos dançantes
Cada qual mais insistente, cada um mais confiante.
E eu? Olhar tímido. Olhos corajosos por ignorar uma boca muda.
Timidamente irritando os olhos que se entenderam tão bem.

Olhos olham outras coisas neste instante
Mas sem aviso enxergam de olhos fechados os olhos inalcançáveis.
Olhos sem endereço, sem nome e que infelizmente somem entre o tempo.
Entrando no carro, indo para casa, indo para longe, indo...
Para! Para! PARA!!!!! Para onde?
Não se escondam.
Deem uma pista
Aprendam a não depender da boca!
Ensinem aos seus donos como se reencontrarem.

Olhos passeiam por corpos e o corpo dono
O corpo da dona dos olhos
A dona dos olhos passeia por entre corpos
Até tocar o corpo do dono dos olhos
O dono e a dona dos olhos e olhares se calam
Profundamente em silêncio cercado de sons altíssimos.
O dono e a dona dos olhos nunca se falaram
Procurando certezas seguras.
Sem arriscar incertezas, possibilidades, emoções, travessias, ...

Olhos eu olho!
Olhos eu vejo!
Desejo de novo aqueles olhos.
Ver que chovendo timidamente os olhos só sorriam.
E tantos pingos sem lágrimas.
Noite de um dia de alegrias.
Chuva mais para sereno e juninas festas transcorriam.
Olhos querem festas o ano inteiro.
Tecido da noite é o preto e colado ao corpo envolvia.
Que olhos!
Um piscar e desaparecia
A chance de uma incerteza concreta
Um amor, calor, sofreguidão, agonia.

Olhos da dona do corpo tão lindo.
Tão lindo corpo da dona dos olhos.
Lindos olhos da dona do corpo.
Corpo e olhos lindos da dona dos dois.
Dona da situação em que meus olhos só olhavam.
Em uma situação de corpos olhados e molhados
Em um bailado tão confuso e os olhos não se largavam.
Numa provocação de olhos e donos desmascarados.
E nesta noite nem olhos nem donos acabaram abraçados.

Francisco Braz Neto(03/07/2015)











































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Eu sou o fotógrafo!

Eu sou o fotógrafo!
Essa foto me enche de orgulho. Eu acho que ficou perfeita.