domingo, 3 de dezembro de 2017

Um fingir que finge

Essas escapadas são meu problema
Vou começar uma perseguição
Por não ser rápido, metódico
Muitas delas se vão

Vão palavras, ideias, rima
Completas, pedaços, traços
Persigo, inútil, os rastros
Nada mais combina

Tinha fingimento
Era uma palavra central
Sentir dor e tormento
Brincar com algo já escrito
Persigo, mas, nem um sinal

Eu sou um fingidor
Fingindo que sou poeta
Acabo fingindo ser dor
Dor que talvez eu sinta
Toda vez que envolve amor
Sentimento tão completo
Poeta, atleta, ator
Máscaras! Caiam todas!
Nem maquiagem restou
Nudez, censura secreta
Mais uma vez, recomeçou.

Eu finjo que sinto ou sinto?
Quem sabe sou eu e quem mais?
Agora que a caçada termina
Vejo belos, dois animais
Seria uma onça pintada?
O outro, confuso animal?
Fingindo, consigo ser tudo
Sentindo, chego ao brutal.
O fim é final de cinema?
Certeiro é o ponto final.
Termina a frase, meu verso
Eu, autor de ilusões sem igual

Ainda tem felicidade
Esse sentimento também é fonte
Explico não ser de tristezas
Que poeta vive aos montes
Riqueza de texto é variar
Expandir, explorar, garimpar
Aí desencana logo da rima
Manda para o espaço essas amarras
Lembra das letras de música que você mais sente?
Conectou. Não adianta.
Agora é você e a letra
Você a imagem e a letra seu reflexo
Reflexo bem abusado
Do espelho te mostra por fora
A letra te deixa desnudado
A rima volta por música
A métrica, eterno pecado
Feliz você segue e lima
Um pouco desconfiado
Esconde esconde com a vida
Finge até ser achado.


Francisco Braz Neto(03/12/2017)













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Eu sou o fotógrafo!

Eu sou o fotógrafo!
Essa foto me enche de orgulho. Eu acho que ficou perfeita.