quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Molhando papéis e dias

O papel está com ciúme
Me confidenciou e reclamou que por não ser rosto
Não aguenta muitas lágrimas
E estão dando palavras ao vento
Fazendo com que muitas sejam perdidas

Puro ciúme do papel
Palavra sussurrada pode lágrima
Palavra digitada pode lágrima
Palavra cantada pode
Pode tanto que arrepia
Tanto arrepia quando eu escutava
Tanto arrepia quando eu dizia

Puro engano do papel
Lágrimas molham
Lágrimas temperam
Lágrimas dimensionam
Revelam, exibem
São amigas das horas ruins
E molham algumas das melhores

Papel, não adianta achar ruim
Quando a palavra é boa
Amiga de um sentimento poderoso
Molha dias e noites
Faz amor ser gostoso
Borra maquiagem e batom
Amassa, aperta e choro
Soluço, rio, cascata
Amor, chamego, namoro
Querer ou não querer
Ainda que perigoso
Forte, forte, forte!
Derruba até de tijolo
Tira seca e sede
Quero quero de novo.

                                                                                Francisco Braz Neto(08/11/2017)











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Eu sou o fotógrafo!

Eu sou o fotógrafo!
Essa foto me enche de orgulho. Eu acho que ficou perfeita.