sexta-feira, 25 de abril de 2014

Desequilíbrio

Francisco Braz Neto 25/04/2014

Já aconteceu com você?
 Gostar mais do que gostam de ti.
  Amar mais do que ser amado(a).
   Desejar mil vezes mais que ser desejado(a).
Esse desequilíbrio é questão de intensidade e carência, não é?
Carência é uma porcaria. Assumir este lado não dá muito orgulho para ninguém.
Por outro lado, ser intenso é praticamente um dom. Ser intenso por natureza e não forçado.

Depois de um tempo você pode perceber que há muita gente com a capacidade de atuar.
O choro não é real, não é dolorido, não é completo, não comove...

E os sorrisos? Não são contagiantes. Não são de corpo inteiro, não fazem os olhos brilharem, não estão em olhos brilhantes, não estão em olhos sorridentes.
Todos os sentimentos e expressões de quem não tem intensidade parecem espetáculos vazios, atuações rasas, carentes de vida.
Eu não entendo a dor e a, talvez, frustração de pessoas assim. Sabe-se lá quantas cascas elas tiveram de criar para se proteger das ameaças que se apresentaram em suas jornadas.
Eu entendo que com pancadas ou não da vida eu quero mais é sentir. Eu escolho que vou para a próxima sensação.
A minha exigência? Ser intensa! Ser real.
 Olhar nos olhos e pedir para o tempo parar.
  Abraçar e não querer largar.
   Dar um tempo em tanta racionalidade e ter espaço para emoções.
    Viver com medo de perder.
     Contar as horas para o próximo encontro e para qualquer reencontro.
      Ouvir as músicas românticas e ter certeza que quem as escreveu fala a mesma língua que eu.
       Ler poemas, assistir aos filmes do cinema, ver vídeos na internet e perceber fácil cada emoção e ao mesmo tempo que na tela ou nas palavras de um texto é tudo incompleto até o momento em que você sente.

Eu escrevo sentindo. Quando eu terminar este texto ele ficará com pouco efeito sobre mim ou até sem efeito nenhum se de nada eu lembrar, mas enquanto eu lembrar dele também lembrarei das emoções que o fizeram existir e quando eu voltar a lê-lo espero a completude de sentido.
Desequilíbrio.
 Desequilíbrio!
  Desequilíbrio.
   Desequilíbrio!    
    Não é o ideal.
Me ajude. Me provoque os sentidos. Olfato e tato.
Coração aguente firme!
Mesmo desequilibrado quero estar ao lado de quem sabe o bom do amor.
Mesmo desequilibrado quero estar colado à quem sabe amar.
Mesmo desequilibrado quero um telefonema ou uma mensagem de quem está lá.
Mesmo estando longe quero que me conte a simples verdade.
A sua pele responde ao toque meu?
Mesmo desequilibrado vai ser o silêncio o meu companheiro.
Desequilíbrio.
 Desequilíbrio!
  Desequilíbrio.
   Desequilíbrio!    
    Não é o ideal.
Mesmo desequilibrado quero que me conte a simples verdade.
A sua boca não sente saudade do beijo meu?
Mesmo desequilibrado quero agradecer todas as lembranças boas que você me deu.
O desequilíbrio, grande ou pequeno, é o resultado
de algo que aconteceu.
Desequilíbrio.
 Desequilíbrio!
  Desequilíbrio.
   Desequilíbrio!    
    Não é o ideal.
                                                É real.







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Eu sou o fotógrafo!

Eu sou o fotógrafo!
Essa foto me enche de orgulho. Eu acho que ficou perfeita.